Há textos que parecem construídos num momento de sintonia astral. Explico: um dia você lê algo, que parece ter construído a idéia junto com o autor tamanha a identidade. Não por acaso, hoje descobri MIA COUTO, lendo outro autor. Que poema fantástico:
Identidade
Preciso ser um outro
para ser eu mesmo
Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta
Sou pólen sem insecto
Sou areia sustentando
o sexo das árvores
Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro
No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
para ser eu mesmo
Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta
Sou pólen sem insecto
Sou areia sustentando
o sexo das árvores
Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro
No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
Amei. Obrigado.
muito bem va até Maputo ou a cidade de Beira que é onde Mia Couto mora...
ResponderExcluirParabens,o teu blog é sucesso, e é extraordinário...
continue no caminho...
A estrada é essa mesmo...
Encontre as pedras e admire-as tambem...
nós todos temos as nossas historias...
Nao esqueça :
as pedras tambem...
consulte Fernando Pessoa...
" e dizem que as pedras tem alma
e que os rios tem extases ao luar."
poesia XXVIII O Guardador de Rebanhos.
era o que eu tinha para te parabenizar...
até...