sábado, 18 de julho de 2009

Roland Barthes




Diversos livros passam pelo nosso cotidiano como leitor, ao longo de anos, ficam as notas fortes, aqueles que nos afetam mais. Li Roland Barthes aos vinte anos, hoje estou relendo e lendo mais ainda o autor. Impossível ficar impassível diante dele. Genialmente único, talvez ali começasse minha paixão pela escrita. Para os que conhecem se deliciarem ao lê-lo novamente, aos que não o conhecem que possam sentir um pouco da sua genialidade:


Sobre “FRAGMENTOS DE UM DISCURSO AMOROSO (ou Fragmentos do Discurso Amoroso)”:

“Como homem ciumento eu sofro quatro vezes: por ser ciumento, por me culpar por ser assim, por temer que meu ciúme prejudique o outro, por me deixar levar por uma banalidade; eu sofro por ser excluído, por ser agressivo, por ser louco e por ser comum.”

“Dois poderosos mitos fizeram-nos acreditar que o amor podia, devia sublimar-se em criação estética: o mito socrático (amar serve para criar uma multidão de belos e magníficos discursos) e o mito romântico (produzirei uma obra imortal escrevendo a minha paixão).”

“Encontro pela vida milhões de corpos; desses milhões posso desejar centenas; mas dessas centenas, amo apenas um. O outro pelo qual estou apaixonado me designa a especialidade do meu desejo. Foram precisos muitos acasos, muitas coincidências surpreendentes (e talvez muitas procuras), para que eu encontre a Imagem que, entre mil, convém ao meu desejo. Eis um grande enigma do qual nunca terei a solução: por que desejo esse?”

“não é mais o sexual que é indecente, e sim o sentimental – censurado em nome do que é finalmente apenas outra moralidade”


Sobre “A AULA” :

"A língua implica uma relação fatal de alienação."

"Mas língua, como desempenho de toda linguagem, não é nem reacionária, nem progressista; ela é simplesmente: fascista; pois o fascismo não é impedir de dizer, é obrigar a dizer."

"Hoje creio realmente que, sob a pertinência que aqui se escolheu, língua e discurso são indivisos, pois eles deslizam segundo o mesmo eixo de poder."

"A ciência é grosseira, a vida é sutil, e é para corrigir essa distância que a literatura nos importa."

QUE O DIA SEJA BOM E PRODUTIVO.


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